O que é mediação de conflitos?

2 de agosto de 2022

A mediação de conflitos, como o próprio nome diz, é um procedimento para solução de divergências, de maneira voluntária, entre as partes e um mediador profissional.

O objetivo é resolver ou até prevenir conflitos por meio de diálogos entre as partes e a participação de um mediador.

Com isso, medidas mais extremas, como processos judiciais, por exemplo, podem ser evitadas, além de ser um procedimento mais ágil e amigável.

Para se ter ideia, somente no ano de 2020, o Poder Judiciário registrou 75,4 milhões de processos em tramitação, segundo o Relatório Justiça em Números 2021, do Conselho Nacional de Justiça.

Além disso, conforme o mesmo documento, o tempo médio de cada tramitação de um processo judicial de primeira instância no Brasil leva 2 anos e 7 meses.

Por isso, na mediação de conflitos, as partes expõem seus lados e têm a oportunidade de resolver questões divergentes de maneira cooperativa e construtiva e, como consequência, ajudam a transformar a “cultura do conflito” em “cultura do diálogo”.

Vale ainda pontuar que a mediação de conflitos é um processo externo ao Poder Judiciário, em que um mediador profissional ajuda as duas partes a solucionar as divergências, sem forçar um acordo e muito menos tomar partido para um dos lados da ocorrência.

Saiba mais sobre a mediação de conflitos a seguir neste conteúdo. Boa leitura!

Confira também: Entenda a importância do Planejamento Tributário para diminuição fiscal


Quem precisa de mediação de conflitos?

A mediação de conflitos é um procedimento que abrange qualquer pessoa ou empresa que precisa solucionar divergências continuadas.

Nesse sentido, esse procedimento ajuda a desafogar o Poder Judiciário, e suas milhões de demandas judiciais pendentes de julgamento, a partir de um processo colaborativo, com a solução amigável e de maneira preventiva contra possíveis novas controvérsias entre as partes.

Leia mais: Vantagens e importância do planejamento sucessório

Quais são as principais técnicas de mediação de conflitos?

Para realizar a mediação de divergências, o profissional executa diversas técnicas para a resolução dos conflitos. Conheça as mais comuns.

Escuta ativa

Uma das técnicas mais utilizadas em mediação de conflitos é a escuta ativa, em que o profissional observa a linguagem corporal das partes, além da fala propriamente dita.

Rapport

No rapport, o mediador estabelece um vínculo de confiança e empatia com as partes, para que fiquem à vontade para explicarem seus pontos de vista, necessidades, interesses e propostas para resolver as divergências.

Nesse sentido, vale pontuar que a mediação passa pelo suporte e segurança, além da demonstração de empatia, mas sem tomar partido para nenhum dos lados.

Sessões individuais (caucus)

As sessões individuais também são uma técnica que tem o objetivo de restabelecer as condições mínimas para que exista um diálogo, quando as partes se encontram muito agressivas e se interrompem constantemente.

Brainstorming

Em situações de intransigência das partes, o profissional de mediação de conflitos pode propor o brainstorming para tentar resolver o conflito por meio de soluções criativas.

Parafraseamento

Já o parafraseamento acontece quando o mediador usa paráfrases que sintetizam o conteúdo da fala ou exponham a situação livre de emoções.

Nesta técnica, o intuito é justamente deixar o conteúdo das partes mais enxuto e objetivo.

Resumo

Por fim, o resumo utiliza pontos em comum na divergência entre as partes para construir uma ponte que favoreça e facilite o diálogo para resolução do conflito.

Saiba também: As quotas preferenciais e seus impactos, benefícios e possibilidades nas sociedades limitadas


Quem pode mediar essas divergências?

Segundo a Lei de Mediação, conhecida como Lei 13140/15, não é necessário ser magistrado ou servidor do Judiciário para atuar como mediador.

Para ser um profissional da área, qualquer pessoa graduada há pelo menos 2 anos em qualquer curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação e que tenha sido capacitada pode atuar como mediador judicial.

Você pode se interessar também por: Créditos de PIS e Cofins: despesas oriundas de imposição legal


Quais são os benefícios da mediação de conflitos?

Na prática, a mediação de conflitos pode ser benéfica para todas as partes, inclusive para o Judiciário. Conheça as principais vantagens:

  • Reduz o possível desgaste emocional e mental entre as partes
  • Diminui os custos financeiros envolvidos em uma disputa judicial
  • Ajuda a desenvolver soluções amigáveis e adequadas às reais necessidades e possibilidades das partes
  • Melhora a satisfação das partes envolvidas com a resolução do problema
  • Proporciona maior rapidez e agilidade na resolução de divergências
  • Reduz a burocracia na solução dos conflitos
  • Possibilita resolver os litígios por meio de um profissional escolhido pelas partes, conforme a natureza do problema, bem como a garantia de privacidade, confidencialidade e sigilo durante todo o procedimento
  • Desafoga as demandas do Poder Judiciário

Veja também: Direito societário: o que é, qual importância, quem precisa – saiba tudo!

Para saber mais sobre a Área Cível, mediação de conflitos e tudo o que envolve o universo jurídico, acesse o nosso site e conheça o BVP – Bettamio Vivone, Pace e Lucena Advogados Associados.